
YouTube: Flash ainda não morreu
Para o site, HTML5 ainda é muito limitado
30/06/2010 14:30h/Forum Baboo (texto na íntegra)
Mesmo com todo o alarde sobre o HTML5, o YouTube informou recentemente que não abandonará o Flash Player tão cedo.
Uma das principais novidades do HTML5 é o suporte para vídeos que podem ser incorporados diretamente na página sem que seja preciso depender de um plugin como o Flash Player.
Outros padrões como o Cascading Style Sheets (CSS) para formatação, Scalable Vector Graphics (SVG) e Web Open Font Format (WOFF) para tipografia podem ser usados para simular certos recursos do Flash, mas o suporte para streaming em múltiplos navegadores é uma das principais vantagens do plugin da Adobe sobre o HTML5.
De acordo com uma mensagem publicada por John Harding, programador do YouTube, o HTML5 ainda é muito limitado para ser usado em lugar do Flash no site.
O Google iniciou os testes com o suporte experimental ao HTML5 no YouTube em janeiro deste ano.
A Adobe por sua vez está trabalhando para manter o Flash relevante mesmo com o avanço do HTML5 e com a insistência da Apple em não fazer uso da tecnologia da empresa.
Recentemente a Adobe disponibilizou uma versão do Flash Player para que os fabricantes de celulares com Android e outros sistemas enviem os aparelhos já com ele instalado.
Já ficou bem claro que existe uma aliança entre o Google e a Adobe sobre o Flash, como podemos notar pelo suporte ao plugin no Android e sua integração ao navegador Google Chrome.
Mas nem tudo é apenas uma questão de gosto: no caso do YouTube, o HTML5 possui algumas limitações técnicas que o Flash não tem.
E quais seriam estas limitações?
No topo da lista de John Harding está a falta de consenso entre as empresas que desenvolvem os navegadores sobre qual formato de vídeo será utilizado para o HTML5: WebM (baseado no VP8) ou H.264.
Os navegadores Safari, Google Chrome e Internet Explorer 9 já suportam o H.264, enquanto que o Firefox, Opera e novamente o Google Chrome suportam o WebM, que é livre de royalties.
“Nós precisamos que todos os navegadores suportem um formato padrão de vídeo”, disse Harding.
E o WebM tem boas chances de ser este formato.
“Nós estamos procurando por um formato de vídeo livre de royalties para o HTML5. O WebM parece ser um bom candidato”, disse Philippe Le Hegaret, do World Wide Web Consortium (W3C).
Ao ser perguntado se o WebM se tornará um padrão, já que ele conta com o suporte da Mozilla e do Google, ele disse que “se todos concordarem, sim, mas nem tudo se resume apenas ao Google e Mozilla”.
Dificuldades na reprodução são um dos problemas, mas o Google decidiu suportar os dois codecs em sua própria infraestrutura. Desde 2007, a empresa armazena todos os seus vídeos em H.264, mas a partir do dia 19 de maio deste ano, quando anunciou o WebM, todos os vídeos em alta definição (720p ou mais) também são armazenados em WebM.
Considerando que 24 horas de vídeo são enviadas para o YouTube a cada minuto, e que o uso de vídeos em alta definição continua crescendo, este foi um grande investimento.
A compatibilidade com os formatos foi um dos pontos citados por John Harding, mas ainda existem outros:
- O YouTube precisa de itens como controle de buffering, recursos para reprodução de vídeo ao vivo e ajustes automáticos para qualidade dos vídeos, por exemplo. O HTML5 não possui estes recursos, mas o Google já está trabalhando nisso.
- O Flash possui tecnologia de DRM (gerenciamento de direitos digitais) necessária para proteger o streaming de certos vídeos. Especificamente, o Google utiliza o protocolo Adobe RTMPE (Real-Time Messaging Protocol) em seu projeto de aluguel de vídeos no YouTube.
- A incorporação de vídeos do YouTube em sites além do próprio YouTube ainda não é possível com o HTML5.
- O HTML5 ainda não suporta vídeos em tela cheia.
- O HTML5 ainda não possui suporte para webcam e microfone, usados por usuários que gravam seus próprios vídeos.
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Comentário: Pois é, longa vida ao FLASH!
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