quinta-feira, 24 de junho de 2010

[KOISAS DA KOPAH!]-AZURRA AMARELOU? DE VOLTA PRA CASA JÁ NA PRIMEIRA FASE!



Porca miséria: o capitão Cannavaro e seus comandados deram vexame na África (Foto: Getty)

Há quatro anos, as seleções da França e da Itália decidiam a Copa do Mundo da Alemanha. Nesta quinta-feira, uma está em Paris e a outra, humilhada, prestes a pegar o avião para Roma. Em um vexame histórico, a seleção italiana, atual campeã mundial e segunda maior vencedora de Copas da história, foi eliminada logo na primeira fase, resultado de uma derrota lastimável para a quase anônima Eslováquia, no estádio Ellis Park, em Johannesburgo: 3 a 2. Na terça, a França já havia sido eliminada logo na fase de grupos – foi a lanterna de sua chave. Pois a Azzurra não ficou atrás: também foi a última colocada de seu grupo. É uma triste proeza, visto que tinha como adversárias Paraguai, Eslováquia e Nova Zelândia. Goste-se ou não do futebol praticado pelos italianos, que costumam preferir a defesa ao ataque, é difícil não lamentar a saída prematura da segunda maior potência das Copas, atrás apenas do Brasil. Mas é preciso dizer: no caso da atual seleção italiana, a camisa azul não fará a menor falta ao torneio.

Para se ter uma ideia da falta de talento da presente equipe italiana, basta observar que restou ao técnico Marcello Lippi recorrer ao “gladiador” Gattuso, que estava na reserva, na hora de tentar melhorar seu time para o jogo decisivo desta quinta em Ellis Park. Entre os grandes destaques da campanha vencedora de quatro anos atrás, só restou Cannavaro – mas o capitão, envelhecido, tornou-se um zagueiro lento e inconstante. O goleiro Buffon, machucado, assistiu à agonia italiana do banco. E viu dali seu reserva, o inseguro Marchetti, levar o primeiro gol marcado por Vittek, aos 25 minutos, em jogada individual pelo centro da área. O que mais impressionou foi o fato de que o gol não foi um lance esporádico dos eslovacos no ataque. O azarão da partida e do grupo fez um primeiro tempo muito correto, jogando com segurança na defesa – a Itália foi quase inexistente na frente – e incomodando a todo momento no ataque. A torcida italiana, perplexa, parecia não acreditar na reação do seu time.

Como precisava apenas de um empate para seguir na competição, a Azzurra voltou para o segundo tempo ainda viva na partida. O time, porém, não mostrava inspiração alguma. O primeiro lance de perigo conseguido no ataque foi de Di Natale, aos 11 minutos – e chutando de longe, pois os italianos não conseguiam trabalhar a bola como se deve. No desespero, Lippi colocou em campo o meia Pirlo, esse sim um dos astros do tetra italiano há quatro anos. Ainda se recuperando de contusão, Pirlo ainda não havia jogado nesta Copa. Por volta dos 20 minutos, a Itália começou a pressionar de vez – de forma desordenada, mas com muita força e raça. Num cruzamento sobre a área, a bola sobrou para Quagliarella na esquerda, e o italiano disparou uma bomba certeira. A bola passou pelo goleiro, mas não pelo zagueiro Skrtel, que rebateu milagrosamente em cima da linha. Mesmo com as numerosas câmeras espalhadas no estádio, não foi possível ver com clareza se a bola havia ou não passado a linha do gol completamente.

Teria sido a última chance italiana de salvar a própria pele. Apenas quatro minutos depois, aos 28 minutos, num cruzamento de Hamsik, que joga no Napoli, Vittek marcou o segundo gol da Eslováquia, quase selando a desclassificação italiana. A Azzurra ainda conseguiu mais um fôlego com o gol marcado por Di Natale, aos 36 minutos, no rebote da defesa do goleiro depois do chute de Iaquinta. Partindo para o tudo-ou-nada, a Itália chegou a empurrar outra bola para as redes, mas a explosão de alegria da torcida transformou-se numa decepção do tamanho do Coliseu romano – a arbitragem anulou corretamente o gol marcado por Quagliarella. Quatro minutos depois, aos 44 do segundo tempo, num contragolpe fulminante, Kopunek encobriu o goleiro Marchetti e ampliou: 3 a 1. Aos 47, Quagliarella marcou um golaço e colocou a Azzurra de volta no jogo: 3 a 2. Mas restavam só dois minutos – eram quatro de acréscimo – para tentar o milagre.

O fim do jogo foi eletrizante, com a Eslováquia catimbando e os italianos desesperados para arranjar mais um gol. Mas a Azzurra não teve forças para evitar a tragédia – na última chance, já depois dos 50 minutos, Simone Pepe chutou para fora, sepultando o sonho italiano de alcançar o Brasil em número de títulos já neste Mundial. Com o resultado em Johannesburgo, a Eslováquia ficou em segundo lugar do grupo, vencido pelo Paraguai (que empatou com a Nova Zelândia, 0 a 0, e terminou a primeira fase com 5 pontos). Os eslovacos devem pegar a Holanda nas oitavas-de-final. E a Itália precisará se reformular: a derrota desta quinta marca o fim de uma geração e mostra a necessidade urgente de formar uma equipe totalmente nova. Famosa pela capacidade de se recuperar depois de começos atribulados nas Copas, a Itália acabou sendo eliminada na primeira fase pela primeira vez em 36 anos. Desta vez, a tradição foi quebrada.

(Por Giancarlo Lepiani, de Durban)
Site: VEJA Online
http://veja.abril.com.br/blog/copa-2010/selecoes/italia/
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Comentário: Lastimável. De favorita ao fiasco total em poucas semanas.

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